quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Killzone 3

Com muito menos hype gerado à sua volta em comparação com o seu antecessor, Killzone 3 leva-nos novamente para um ambiente de caos e extrema acção no planeta Helghan, onde os Helghast continuam a ser a grande ameaça. Na E3 tive a oportunidade de jogar três níveis, todos eles no novo ambiente gelado. Cada nível foi escolhido para mostrar três coisas novas em Killzone, o ambiente gelado, o Jet Pack e a nova arma WASP, que é um tipo de lança-misseis múltiplo.

Mas já lá vamos. Em primeiro lugar, o jogo à primeira vista não está muito diferente do anterior. A base de comparação poderá ser prejudicada devido ao ambiente não ser o mesmo. Os níveis gelados, e a neve conferem um ambiente diferente daquele que encontrámos em Killzone 2. A cor predominante é claro o branco, fazendo com que muito dos detalhes, como o chão cheio de terra, pedras e afins seja substituído por um manto branco. Com respeito a este último, tudo está muito bem recriado, não faltando os pequenos blocos de gelo em constante ondulação, o vento a transportar a neve, bem como aquele efeito de vidro que o gelo fornece quando o sol bate directamente.

Também muito bem recriada está a água, que em todos os níveis predominava, quer nas "cut-scenes" bem como quando saltava de bloco em bloco de gelo. A textura, a ondulação e os efeitos da água são muito reais, mas para já apenas têm um aspecto cosmético, pois em nada interferem na jogabilidade. Ok, se cairmos na água morremos. Conta?

Para quem jogou e terminou o anterior jogo, o início de Killzone 3 fará todo o sentido, pois começa imediatamente depois do fim de KZ 2. Somos novamente Sev, mais precisamente o Sargento Tomas Sevchenko, da força ISA(Interplanetary Strategic Alliance). Neste terceiro jogo, Sev tem um aspecto mais "gasto", talvez devido à batalha de Killzone 2, conforme explica Hermen Hulst, director do jogo e co-fundador dos estúdios Guerrilla Games, numa pequena conversa sobre o jogo.

Realmente existe uma sensação de trabalho por acabar no rosto de Sev. Agora com mais cabelo e também barba, mas também mais velho, mas acima de tudo mais "negro". Sev encontra-se acompanhado por Rico, sendo para já a única personagem que marca presença. O povo de Helghan está num conflito interno após a morte do seu imperador Visari. É neste ambiente de destruição e caos social que os ISA irão tentar de uma vez por todas acabar com a ameaça extraterrestre.

Hermen Hulst fala que este novo jogo será mais negro, mais pessoal. A batalha será quase como uma coisa extremamente pessoal e a falta de um sentimento de companheirismo poderá deixar Sev numa posição de alienação física das restantes tropas. É dito que será como a história de David contra Golias. Uma das principais críticas a Killzone 2 era a sensação de um jogo mais lento e pesado, algo que a equipa de produção afirma ter sido de propósito, para conferir uma sensação mais realista ao jogo. Mas neste caso a equipa promete um jogo mais rápido e acima de tudo com muito maior equilibro no factor de variedade de níveis. Hulst considera que o KZ 2 tinha um aspecto monotonico, mas que KZ3 será mais dinâmico e com mais momentos de emoção. Também refere que houve melhorias bastantes acentuadas no "gameplay" do jogo, principalmente na questão da Lag inerente aos comandos.

Um dos aspectos que poderá aumentar a dose de variedade é o novo sistema de combate directo, o chamado melee. Quando estivermos próximos de um inimigo podemos efectuar um ataque corpo a corpo, variando o efeito de acordo com a posição do inimigo. Para já existem poucos ataques, sendo que apenas presenciámos o ataque com a faca. Este novo sistema permite executar rapidamente ataques em momentos como por exemplo quando ficámos sem munições e com o inimigo ali mesmo em cima de nós. Para além deste ataque, temos agora o deslize para a posição de cobertura, algo interessante principalmente em momentos com maior acção e queremos rapidamente uma protecção.

O primeiro nível fornece de imediato um vislumbre daquilo que podemos esperar deste terceiro jogo. Uma cut-scene com misturas de gameplay, com Sev e Rico a entrarem numa batalha aérea a uma posição Helghan entre um enorme icebergue. O jogo embora se pareça muito com o anterior, mas também não pretende ser diferente, está bastante melhor em termos de frame-rate, e a julgar pelas palavras de Hulst ainda foram adicionadas texturas de maior qualidade, bem como muitos mais efeitos e sistema de partículas no jogo. Hulst explica que a ideia não era reformular o motor de jogo, mas sim fazer em KZ 3 aquilo que não fizeram em KZ 2, principalmente no aspecto da história, das cut-scenes, e também em elevar o efeitos de surpresa e impacto no jogador.

No segundo nível, pude usar pela primeira vez o Jet Pack, onde podemos voar por um período de tempo e efectuar um pequeno boost carregando no botão X. Não esperem que o Jet Pack vos permita voar para onde quiserem e o tempo que quiserem. Será usado na maior parte das vezes para saltar de zona em zona, ou para chegarmos a níveis que sem ele não poderíamos aceder. Perguntei se os níveis foram criados tendo em vista o Jet Pack, onde Hulst foi peremptório na resposta, dizendo que primeiro criaram a jogabilidade do Jet Pack, até que tudo ficasse como queriam, e só depois o implementaram no jogo, na história e na criação dos ambientes. Por isso poderão esperar níveis dedicados apenas ao Jet Pack, onde de outra forma não iríamos poder prosseguir. De realçar que o Jet Pack também confere uma abordagem diferente no embate com os inimigos, pois agora podemos nos elevar e atacar duma outra perspectiva. Hulst também quis deixar claro que a inclusão de um Jet Pack não teve nada a ver com a concorrência(Hello Halo: Reach?), pois o mesmo já aparecia num outro jogo da série, Killzone: Liberation para a PSP.

O terceiro nível dá-nos a conhecer a WASP, que é um tipo de múltiplo lança-misseis. Hulst chama-a de "Um exercito solitário", em virtude de ser extremamente poderosa e destruidora. A WASP lança diversos mísseis teleguiados ao mesmo tempo, ideal para os blindados. Mas podemos também apenas lançar um, efectuado uma carga contínua. Esta nova arma fez realçar ainda mais o motor de jogo. Devido ao seu poder de destruição, ela consegue destruir paredes, colunas, protecção e demais coisas no ecrã. Embora não esteja ao nível do Frostbite da DICE, continua a conferir um aspecto mais realístico.

Killzone 3 é um jogo que promete trazer o que de bom o seu antecessor tinha, elevando ainda mais em outros aspectos, nomeadamente na afinação do motor de jogo, na história e também nas mecânicas. Tentei saber mais sobre os modos multi-jogador, mas nada foi revelado, apenas deixado no ar que haverá modos inovadores. Não esquecer que Killzone 3 será completamente compatível com o PlayStation Move, bem como será um dos primeiros jogos da PS3 com 3D de raiz. Referente a este último, apenas tive a oportunidade de ver um gameplay directo em 3D, sendo um dos melhores jogos que aplica esta nova tecnologia.

Killzone 3 promete aquecer os primeiros meses de 2011, data do seu lançamento em Fevereiro de 2011. Até lá aguardámos principalmente pelos novos ambientes, como a floresta e zonas com água. Será interessante ver os aspectos mais verdes em Killzone 3, pois sempre foram dados ambientes mais monocromáticos. Também será interessante vermos o que de novo haverá nos modos multi-jogador e pelas palavras de Hermen Hulst, algo de muito bom está a caminho.

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